ER – Review: Tell Me Where It Hurts (07/22)

Episódio: Tell Me Where It Hurts
Temporada: 9.ª temporada
Canal: RTP 2
Primeira transmissão Portugal: 3 de Abril de 2007
Primeira transmissão EUA: 14 de Novembro de 2002

Na primeira cena deste episódio de ER, o espectador depara-se com a imagem de um bebé (um feto) no ecógrafo e apercebe-se da voz serena de Weaver (Laura Innes). Ou seja, até aqui nada de novo num dia comum neste serviço de urgência. Subitamente algo muda em cena, tendo surpreendido certamente um grande número de pessoas:

Weaver aparece não como médica, mas como paciente e… grávida! Todas as dúvidas que existiam em relação ao comportamento instável da médica, visíveis em episódios desta temporada, se explicam, tais como a ingestão de hormonas (episódio 4 “Walk like a man”), o sono incontrolável, a irritabilidade e o fácil descontrolo emocional (episódio 5 “A Hopeless Wound”). Apresenta-se agora calma, terna, compreensiva e, acima de tudo, segura, quanto à sua orientação sexual, assumindo o seu amor por Sandy (participação de Lisa Vidal) sem qualquer tipo de pudor. Susan (Sherry Stringfield) será a primeira pessoa a ser surpreendida, pela própria, com a notícia da sua gravidez. Gostei imenso do desenvolvimento da personagem de Kerry Weaver, que já há muito tempo necessitava de uma história pessoal mais consistente e que passasse pela sua afirmação sexual e, consequentemente, por uma maior tranquilidade emocional. Teremos de ficar atentos a esta história, porque vamos ter, com toda a certeza, novidades nos próximos episódios!

Apesar deste momento de alegria, este episódio centrar-se-á em pontos mais amargos e contundentes, como veremos adiante.
Nathan (participação de Don Cheadle, Crash; Ocean’s Eleven), o “incansável” aluno de cirurgia, a cargo de Corday (Alex Kingston), continua arduamente a combater as consequências da sua doença degenerativa, a doença de Parkinson. Neste episódio é, mais uma vez, notória a dificuldade em se adaptar à dura realidade de um hospital, pois não possui a agilidade e a estabilidade necessárias. Tal como acontecera no episódio anterior, Nathan tentará perseguir a sua máxima: deve-se ter sempre esperança, nem que esta seja ténue, quase imperceptível. Neste caso, tenta convencer um doente em fase terminal, Seaton (participação de Kay E. Kuter) com cancro no pâncreas, a não aceitar a morte como último recurso. O seu poder de persuasão é, na verdade, eficaz, já que o doente aceita submeter-se a uma cirurgia arriscada, apesar da opinião contrária de alguns médicos, principalmente de Corday. Esta acabará por proceder à intervenção, obrigando Nathan a estar presente na sala, onde este terá de defrontar a agressividade da cirurgia e, sobretudo, a sua dificuldade motora (tremores e instabilidade corporal), obrigando-o a afastar-se da mesa de operações. Mais tarde, assistirá inconformado à morte de Seaton. Será nesta altura que Corday confronta Nathan com o seu futuro profissional, dando-lhe a possibilidade de escolher uma especialidade da medicina que não envolva um contacto directo com as pessoas. Esta posição será, obviamente, rejeitada pelo jovem aluno, levando Corday a afirmar que o reprovará. Esperaremos pelo desfecho da participação de Don Cheadle em ER, já que protagonizou um papel controverso, extenuante e, por vezes, “incómodo” ao ser humano!

Outro momento do episódio que merece toda a atenção é o envolvimento de Kovac (Goran Visnjic) no acidente de um adolescente (participação de Josh Keaton), que fora atingido por uma bala num olho. O médico croata fará tudo para salvar a visão do rapaz, indo buscar pessoalmente o oftalmologista (participação de James Sutorius) que se encontrava a jogar golfe, talvez na tentativa de se redimir do conturbado comportamento dos últimos episódios. Kovac continua com os problemas emocionais de sempre, como se comprova na cena final, ao aceitar ficar com uma prostituta, revelando que a sua carência sexual está a ter contornos desmedidos. Achei, no entanto, demasiado simplista a forma como se resolveu o problema interno com as enfermeiras, que tinham conseguido que fosse suspenso. Kovac pede desculpa a Chuny (Laura Céron) e esta aceita. Tão simples quanto isto! Desperdiçaram, na minha opinião, uma bela “storyline”!

Carter (Noah Wyle) cuida, com a ajuda de Chen (Ming-Na), de uma imigrante chinesa, Tong-Ye (participação de Michelle Krusiec), que está grávida pela segunda vez do seu patrão, Mr. Young (participação de Tzi Ma). A chinesa não quer denunciar o patrão, porque no fundo é conivente com ele, já que é a única forma de garantir a sua estadia nos EUA, ter dinheiro para enviar para a família na China e, desta maneira, poder ficar perto tanto do filho que já tem, como do que irá nascer (apesar daquele pensar que ela é só sua ama). A justificação de Carter não é, portanto, convincente:”We have laws against slavery in this country.”

Entretanto, Abby (Maura Tierney) toma conhecimento do desaparecimento de seu irmão Eric (participação de Tom Everet Scot) e da sua saída sem autorização da Força Aérea Americana. A desconfiança de Abby, em relação ao comportamento instável de Eric, já é conhecida de episódios anteriores. Na tentativa de perceber o que realmente se passa, Abby pede à base aérea a ficha clínica do irmão, vendo-se obrigada a mentir para a obter, dizendo que ele se encontra no County General e que Carter é o seu médico. A enfermeira desconfia que Eric tem a doença da mãe, a doença bipolar. Eric regressa ao hospital num estado de euforia exacerbado, deixando Carter e Abby mais convencidos que algo de errado se passa. Infelizmente, não houve tempo suficiente para conversar, pois dois agentes dos serviços de investigação especiais da Força Aérea vieram prendê-lo por incumprimento da lei, situação que revoltou Eric e deixou Abby muito abalada.
Numa última cena assistimos à cumplicidade de Abby e Carter, quando este promete ficar ao lado dela, assumindo um novo pilar na sua vida, um novo porto de abrigo.

Ao som de “Shoot the Moon” de Norah Jones encontramos Susan em casa a jantar sozinha, cansada e, acima de tudo, inconformada por ter perdido três pacientes num terrível dia de trabalho.
Gallant (Sharif Atkins) e Harkins (participação de Leslie Bibb) têm uma intervenção algo cómica neste episódio, ao competirem entre si nos casos que lhes são apresentados. Achei engraçada a forma como ambos se tentavam superar!
Neste episódio não participaram Mehki Phifer(Pratt) e Paul Mccrane (Romano).

Estarei cá para a semana com mais desta equipa de urgência. Até lá!

1 Responses to ER – Review: Tell Me Where It Hurts (07/22)

  1. […] especiais da Força Aérea Americana, por sair do seu posto sem autorização, como vimos no passado episódio. Já passaram três dias… e Abby sente-se culpada e quer, a todo o custo, saber o paradeiro de […]

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